quarta-feira, 14 de março de 2007

Produtos para Hienas 1 - H2OH!


Os anúncios dessa água gaseificada sem açúcar e com suco de limão sugerem um produto completamento oposto aos refrigerantes, mas infelizmente não é. É um refrigerante!


A vantagem desse produto é possuir 50% menos gás que um refrigerante tradicional e ter um sabor suave, enganando o consumidor que pensa que é suco diluído em água. A empresa ainda coloca no rótulo: “Fonte de Vitaminas B3, B5 e B6”, assim até parece que o produto é bastante nutritivo, infelizmente não é!

O H2OH! ainda anuncia não possuir açúcar e de fato não possui, é cheio de adoçantes químicos que se a população realmente conhecesse os efeitos dessas porcarias abandonariam os Lights e os Diets.

Assim como a Pepsi fez, a Coca Cola também quer lançar produtos para colocar nas gôndolas de chás, isotônicos e sucos. O Consumidor quer saúde, eles fazem embalagem e criam a idéia de saúde, comunicam ao mercado e perceberam que existe uma demanda enorme por esses produtos.

Infelizmente a verdade é triste, pra comprar algo realmente saudável no supermercado é bem difícil, o “suco natural” é processado, cheio de açúcar, conservantes e aditivos químicos. Tudo bem que pra fazer uma caixa de 1L. de Suco Del Valle de morango eles usaram uma fruta natural e saudável, mas e o que colocaram depois é o que estraga. O mais triste é que eu não confiaria em nenhuma agência reguladora.

Mais links:

COCA E PEPSI QUEREM SER SAUDÁVEIS

http://www.globalresearch.com.br/novo/conteudo.asp?conteudo=7055

SUCESSO RELÂMPAGO DA H2OH! PROVOCA GUERRA DE MERCADO

http://www.globalresearch.com.br/novo/conteudo.asp?conteudo=7033

VENDA DA MATTE LEÃO PARA COCA-COLA PODE SER FECHADA ESTE MÊS

http://www.globalresearch.com.br/novo/conteudo.asp?conteudo=7079

Água com sabor cresce e desafia os refrigerantes

http://www.fipan.com.br/noticia9.asp

Produtos para Hienas


Colocarei produtos que consumimos com um largo sorriso e imaginando que estamos consumindo saúde, mas na verdade estamos ingerindo porcarias.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Perfeita combinação de frutas


"Na hora de combinar os ingredientes dos sucos e papinhas, não vale pensar só no sabor. Misturar frutas com diferentes teores de acidez prejudica a ação das enzimas da digestão, atrapalhando a absorção dos nutrientes. Ou seja: adeus benefícios!
Fique de olho na tabela sugerida pelo nutrólogo Wilson Rondó Jr. A dica é só combinar frutas que façam parte do mesmo subgrupo ou as subácidas com os outros dois grupos. Ácidas e doces juntas, jamais! Um lembrete: melancia e melão podem ser indigestos qdo misturado com outras frutas. Ofereça-os sozinho."
(Reportagem de Carolina Prado - Revista Cláudia Bebê número 29)

Frutas Ácidas:
* abacaxi
* grapefruit
* laranja
* lima
* limão
* morango
* romã
* tangerina
* tomate (sim, é fruta!)

Frutas Subácidas
* frutas silvestres (framboesa, amora, groselha, cereja etc)
* kiwi
* maçã
* mamão
* manga
* nectarina
* pêra
* pêssego
* uva

Frutas Doces
* banana
* caqui
* côco (inclusive a água)
* figo
* frutas secas
* tâmara

OBS: Este tópico tem como finalidade apenas ORIENTAR as pessoas que cuidam de bebês e crianças (mamães, papais, avós, babás etc). Não podemos deixar de lado a IMPORTANTE orientação do pediatra de cada um deles. O que eles disserem, PRECISA SER SEGUIDO. Cada bebê ou criança tem suas particularidades (alergias, tolerância entre outros).

segunda-feira, 5 de março de 2007

Correndo contra a prisão de ventre

Temos um texto que fala de beneficíos diretos e indiretos de uma vida fisicamente ativa. Muito mais interessante que se entupir de Activia e Yakult.

Que as mulheres são as mais afetadas pela constipação, doença popularmente conhecida como intestino preso, a maioria dos médicos afirma. Mas ainda não existe nenhuma pesquisa que comprove isso em números. “Na literatura, em geral estudos de caso, a incidência é maior nas mulheres. No Brasil não há um dado exato, mas estima-se que elas sejam afetadas na ordem de 1,5 a 2 vezes mais do que os homens”, relata a gastroenterologista Luciana Lobato, professora da disciplina de gastroenterologia e chefe do Setor de Motilidade Digestiva da Unifesp.



Em grande parte se deve à questão hormonal, muito mais variável nas mulheres por causa do ciclo menstrual e da gravidez. “Durante o ciclo, há uma fase em que predomina o estrógeno e outra em que predomina a progesterona. Nessa segunda, a ação do hormônio deixa o organismo mais lento e propício à constipação”, explica Cláudio Bonduki, do Departamento de Ginecologia da Unifesp. A gravidez também aumenta o nível de progesterona.



E para prevenir, ou mesmo melhorar, e evitar os sintomas que aparecem em quem tem o intestino preso –como dores abdominais, cólicas e sangramento durante a evacuação–, corrida, aliada a uma boa alimentação, é um santo remédio. “Esportes aeróbicos, como corrida e caminhada, estão entre os mais indicados. Principalmente porque aumentam o consumo de oxigênio no cérebro e aceleram o metabolismo da mulher”, explica Luciana.



A gastroenterologista reitera que a prática de exercício físico melhora a velocidade com que as fezes passam pelo intestino, porque a atividade garante e reforça a movimentação natural do órgão, os chamados movimentos peristálticos, que empurra o bolo fecal. Além disso, como as fezes atravessam o organismo mais rapidamente, não perdem tanta água pelo caminho. “Se há demora ao atravessar o intestino, as fezes perdem água, o que as deixa ressecadas e duras”, completa Luciana. E a consistência é um dos critérios que ajudam os médicos a determinar se uma pessoa tem ou não problema de constipação, junto com a freqüência com que a mulher vai ao banheiro. Menos de três vezes por semana é sinal de intestino preso.



As mulheres reclamam, ficam de mau-humor, tomam remédios, mas, muitas vezes, não tomam a decisão mais simples e saudável: a mudança de hábitos. E são os números que denunciam. “Entre 90% e 95% dos casos estão relacionado ao sedentarismo, dieta com pouca fibra e baixa ingestão de líquidos”, alerta a gastro. “Só entre 5% e 10% dos problemas estão associados a doenças do intestino ou sistêmicas, como a diabetes”, completa.



Outra característica muito positiva da corrida, segundo Luciana, é que libera endorfina, que melhora o humor, o bem-estar e a disposição física da pessoa. “Acho até que a mulher se torna mais capaz de lidar com os sintomas e mais disposta a tomar uma iniciativa para mudar sua situação.”



A médica Luciana é enfática ao indicar exercício físico, alimentação rica em fibra e muito líquido. A mesma orientação é dada por outros especialistas.



Graziela Friedler, nutricionista pós-graduada em fisiologia do exercício pela USP, explica que, se a mulher não ingere a quantidade ideal de água (cerca de oito copos por dia), o bolo alimentar já chega ao intestino grosso com uma consistência ressecada. “O problema é que é exatamente no intestino grosso que se dá a maior absorção de água pelo tubo digestivo, ou seja, as fezes vão ficar ainda mais secas”, diz a nutricionista.



A mestre em nutrição humana aplicada pela USP Luciana Setaro lembra que há dois tipos gerais de fibras: as insolúveis a as solúveis em água. “As duas ajudam, mas as fibras do segundo grupo são as mais importantes para o funcionamento do intestino. Elas funcionam como uma esponja e, quando incham, distendem a parede do intestino, que se anima para dar propulsão para as fezes”, elucida a nutricionista. Segundo Luciana, a quantidade diária que deve ser ingerida é de, em média, 25 g por dia.



Trava também na cabeça

Segundo a psicóloga clínica da Unifesp Mara Pusch, várias mulheres não conseguem ir a banheiros que não sejam o da própria casa, porque muitas não encaram isso como necessidade básica. “Há uma certa inibição”, conta Mara. Outro traço comum que a psicóloga Mara nota em suas pacientes é que mulheres controladoras têm tendência a desenvolver problema de intestino preso. “Até isso ela passa a controlar”, diz a psicóloga.



“Como correr, ir ao banheiro exige treino”, ensina a gastro Luciana. Ela recomenda que a mulher nunca evite o reflexo da evacuação, a vontade de ir ao banheiro. Ela também sugere que a pessoa escolha um determinado horário de seu dia e sente no vaso sanitário por 15 minutos. Esse hábito deve virar uma rotina.

Fonte: Luciana Setaro, mestre em nutrição humana aplicada pela USP

domingo, 4 de março de 2007

Por que estamos cada vez mais gordos?

Uma coluna da Veja Online que está disponibilizada aqui.

Geraldo Medeiros
Médico endocrinologista
Professor da USP
E-mail: medeiros.dr@gmail.com



Por que estamos cada vez mais gordos?

É fato inegável que a prevalência de obesidade tem aumentado assustadoramente nas últimas décadas em muitos países industrializados como os Estados Unidos, Grã Bretanha e Alemanha. Mas o avanço não se dá apenas em países ricos ou em desenvolvimento. De acordo com dados divulgados no 5° Relatório sobre Nutrição Mundial, da Organização Mundial de Saúde, em 2004, o mesmo já ocorre em nações mais pobres. O Kuwait, por exemplo, registra prevalência de obesidade de 64,2%, México, de 59,6%, e Polinésia, de 73,7%.

Os números e as informações sobre os males causados pela obesidade crescem na mesma proporção que a "epidemia". Todos estão atentos: revistas, jornais, rádio, televisão informam, explicam, dão "dicas", promovem debates, explicam nutrição humana adequada. A indústria de alimentação volta-se para o lucrativo setor de alimentos light adoçantes não calóricos, comidinhas diet etc. Sabemos que a obesidade é porta de entrada de várias doenças graves como a diabetes, infarto e pressão alta. E, mesmo assim, continuamos cada vez mais gordos! Por quê?

Da caça à sobrevivência

A antropologia nos informa que os primeiros hominídeos surgiram, provavelmente, no que hoje é o continente africano, há cerca de 4 milhões de anos. Cronologicamente, há 1,5 milhão de anos iniciaram a migração para outros continentes e, possivelmente, assumiram a posição ereta, sendo denominados de homo erectus (Pithecanthropus). Nesta longínqua era, os nossos ancestrais eram onívoros ingerindo frutas, insetos, pequenos animas terrestres, aves e peixes. Há cerca de 30.000 anos passaram a usar armas primitivas para caça e para captura de animais, peixes e aves.

O que essa resumida noção antropológica nos explica sobre a gênese da obesidade? Julgamos que, sendo a caça uma atividade predatória incerta e imprevisível, o homem primitivo, com sorte e audácia, conseguia trazer à caverna, esporadicamente, o produto da caça, seguindo-se, por dias, o festim, com ampla comida para todos. Mas, infelizmente, nem sempre se obtinha o alimento e não havendo armazenamento dos restos do banquete, passava-se FOME até nova chegada de algo nutritivo.

A luta dos ‘genes poupadores’

Neste ponto, talvez, raciocinam os fisiologistas e os especialistas em genética, é que o Sistema Nervoso Central do homem primitivo ativou grupo de genes que codificaram proteínas especialistas em conservar energia. Estes genes seriam denominados, mais tarde, genes economizadores ou poupadores de energia (em inglês, thrifty genes). Sua finalidade principal seria de conservar na época do banquete o máximo de energia sob forma de gordura. Desta forma, na época da fome, o corpo humano teria reservas para sobreviver, gastando a gordura acumulada.

Os genes não foram ‘desligados’

Passam-se os séculos, o homem domina a natureza, cria a agricultura, apascenta bovinos, ovinos e suínos e deixa a caça como divertimento dos aristocratas. A superabundância de alimentos, a partir de revolucionarias técnicas agrícolas e pastoris, coloca, hoje, na mesa, uma imensa variedade de alimentos, a preços acessíveis e facilmente disponíveis. Só que em meio a toda essa oferta, o Sistema Cortical esqueceu-se de "desligar" aqueles genes poupadores de energia. Os genes que foram utilíssimos para o homem primitivo são agora uma armadilha para o moderno "homo obesus".

Comidas feitas para engordar

As porções de alimentos, especialmente aquelas de cadeia de fast food, aumentaram substancialmente desde a década de 70. O hambúrger, que apresentava índice calórico de 204 calorias, está hoje em 984 calorias, com sua tripla camada de carne, maionese, e enorme copo com batatas fritas. Nos cinemas, o "balde" de pipocas com dose extra de manteiga chega a 1.700 calorias - contra 174 calorias nos anos 50. Os copos de refrigerantes estão cada vez maiores. Os sorvetes são enormes e as barras de chocolate cresceram 300%. Os alimentos se tornaram mais baratos, proporcionalmente ao ganho real de salários e de renda "per capita". É axiomática a afirmação de que comida mais barata reflete-se em se comer mais, segundo estudos recentes conduzidos por economistas da Universidade de Harvard, EUA.

E os transportes também...

Além de comer mais, as populações se tornaram mais sedentárias. O automóvel, a moto, a escada rolante, o elevador diminuem o ato de caminhar, subir escadas, ou locomover-se em busca de condução ao trabalho. Em Pequim as fotos e os vídeos da década de 80 mostravam que toda a população andava de bicicleta para ir e voltar do trabalho. No início de 2000, a cidade foi tomada pelas pequenas motos. O resultado é que os habitantes da capital chinesa atingiram, em 2004, a marca de 14%-16% de obesidade contra 3% em 1980.

Uma equação difícil de resolver

Para os estudiosos do fenômeno pandêmico da obesidade nos países industrializados e emergentes, os neurotransmissores que estimulam a FOME e que poupam o gasto energético, agindo em centros corticais, são mais ativos e numerosos que aqueles que produzem SACIEDADE e gastam energia acumulada. Portanto, a equação que inclui grande oferta de alimento, maior poupança de energia, por genes moduladores e total sedentarismo, só pode levar a um resultado: uma enorme parcela da humanidade com excesso de peso e obesidade.
Ou, o número crescente de "homo obesus".



O nosso colaborador Leonardo Cavalcanti é Licenciado em Educação Física, Fisiologista, Treinador Desportivo e Mestrando em Obesidade infantil pela (UCB) comenta aqui sobre o texto publicado na Veja Online:

A epidemia da obesidade vai muito além dos aspectos biológicos. A
teoria da mutação genética, buscando a preservação da espécie humana,
deixa dúvidas se comparada as pessoas que viveram na década de 50.Como
explicar que na década de 50 tínhamos menos obesos que hoje?
David Hume, já cita em métodos indutivos a influência dos
aspectos sício-culturais, isto em 1723. O fato de hoje termos mais
acesso a informação não evidencia que a "grande massa" possui o
discernimento para processar tais informações. A educação pode
promover uma melhor qualidade de vida, no entanto, a Educação ainda é
elitizada e dominada por classes "DOMINANTES".
Os hábitos culturais como uma alimentação hipercalórica ou
inatividade física, são problemas sociais, requer uma transformação
lenta e contínua. Assim como a ciência.
Portanto, busquemos uma visão mais ampla quando nos referirmos a
problemas sociais.

Leonardo Cavalcanti - www.vibeflog.com.br/leopersonaltrainer

quinta-feira, 1 de março de 2007

SENSO COMUM, UM PRINCÍPIO NÃO CIENTÍFICO


Através de uma linguagem clara, entendível e didática, explicações sobre
hábitos saudáveis e qualidade de vida estarão sendo discutidas aqui neste blog,
com a finalidade de promover maior esclarecimento para os participantes, bem
como criticar o senso comum que, muitas vezes acaba por influenciar nossas
vidas.



Se você fumar vai morrer de câncer!”, Será que todas pessoas que fumam morrem de câncer?

Ou seria melhor dizer: O cigarro está associado ao aparecimento de vários tipos de câncer?
A indústria do marketing certamente optaria pela da primeira frase, pois tem o objetivo de chamar a atenção e causar impacto e o senso comum absorve e transmite essa idéia. Mas o nosso objetivo, de pessoas comprometidas com a didática, sejamos especialistas ou não, é obter comprovações científicas para, então, afirmar algo. E é despertando o senso crítico dos nossos leitores que poderemos ter um melhor resultado.

Um olhar cuidadoso sobre tudo que está escrito ao nosso redor é vital e aprender a decifrar uma escrita nas suas entrelinhas é necessário. Aqui, firmamos o comprometimento de avaliar dúvidas de nossos queridos participantes deste site e os convidamos a “reaprender” alguns caminhos adormecidos e quase esquecidos que, por muitas vezes, nossos antepassados nos ensinavam.

Leonardo Cavalcanti é Licenciado em Educação Física, Fisiologista, Treinador Desportivo e Mestrando em Obesidade infantil pela (UCB).
Mais detalhes do autor:
www.vibeflog.com.br/leopersonaltrainer

Entrevista Peter Singer



"Num primeiro momento, pequenas infrações parecem não ter importância, mas ao
longo do tempo a moral da comunidade é afetada em todas as esferas"


O filósofo australiano Peter Singer, de 60 anos, especialista em ética, tornou-se mundialmente conhecido com o livro Libertação Animal, de 1975, no qual defendia que nada justifica os maus-tratos impostos aos animais pelos produtores de alimentos. Com mais de trinta outras obras publicadas desde então, Singer agora volta ao assunto em seu novo livro, A Ética da Alimentação, recém-lançado no Brasil. Nele, defende que a forma como o ser humano se alimenta hoje precisa ser reavaliada, pois tem enorme impacto não apenas no sofrimento dos animais, mas também na saúde das populações. Ao longo de sua vasta obra, Singer, hoje professor da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, trata de assuntos como aborto, uso de embriões para pesquisas científicas, eutanásia e pena de morte. Nesta entrevista a VEJA, o filósofo comenta o assassinato brutal do menino João Hélio Vieites, de 6 anos, e destaca a necessidade de exercitar a ética diariamente para manter os valores morais de uma sociedade.
Veja – O assassinato do menino João Hélio, de 6 anos, há duas semanas, chocou o Brasil e reacendeu o debate sobre os valores éticos na sociedade brasileira. Um crime bárbaro pode ser tomado como medida dos valores morais de uma nação? Singer – Crimes como esse se sobrepõem à imoralidade. São amorais. Essa ausência total de valores morais é geralmente percebida em atos praticados por psicopatas ou assassinos em série. Quando pessoas supostamente normais cometem barbáries como essa, tem-se um péssimo sinal. É uma prova de que a sociedade em questão perdeu o controle de si mesma, que as pessoas não têm mais a noção exata de certo e errado. Eu não conheço o Brasil e não sou criminalista, por isso não posso falar de forma específica sobre o caso. De qualquer modo, como os jovens assassinos tinham a opção de parar o carro e evitar a tragédia, o ato torna-se injustificável sob qualquer ponto de vista.
Veja – Existem valores éticos inatos ou todos resultam da vivência e do aprendizado? Singer – Certos aspectos morais são inatos, como o respeito e o compromisso com a família, com os filhos e com os pais, assim como o senso de justiça e a reciprocidade. São valores universais, presentes em todas as sociedades. Já foi provado que eles existem também entre macacos, gorilas e chimpanzés. Mas alguns valores morais podem sofrer transformações de acordo com os traços culturais e com a realidade de cada sociedade. Essa influência da cultura e da realidade nos valores morais pode ser bem percebida quando tratamos de assuntos como aborto, eutanásia e comportamento sexual. Cada país tem uma visão diferente dessas questões.
Veja – O que pode causar o enfraquecimento dos valores éticos numa sociedade? Singer – A ética é um exercício diário, precisa ser praticada no cotidiano. Só assim ela pode se afirmar em sua plenitude numa sociedade. Se uma pessoa não respeita o próximo, não cumpre as leis da convivência, não paga seus impostos ou não obedece às leis de trânsito, ela não é ética. Num primeiro momento, pequenas infrações isoladas parecem não ter importância. Mas, ao longo do tempo, a moral da comunidade é afetada em todas as suas esferas. Chamo a isso de círculo ético. Uma ação interfere na outra, e os valores morais perdem força, vão se diluindo. Para uma sociedade ser justa, o círculo ético é essencial.
Veja – Essa lógica pode ser aplicada a questões que envolvem criminalidade? Singer – Sem dúvida. Bogotá é um exemplo desse círculo ético aplicado no combate à violência. Na capital colombiana, diminuiu-se a criminalidade combatendo-se os pequenos crimes diários. Foi um sucesso. Quando os cidadãos são estimulados a respeitar as leis básicas, passam a respeitar a si próprios, ao próximo e à cidadania. É o primeiro passo para mudar uma sociedade corrompida.
Veja – O senhor é a favor da pena de morte? Singer – Definitivamente, não. A pena de morte não é moralmente aceitável e brutaliza uma sociedade. Prefiro a pena de prisão perpétua, que é mais justa.
Veja – O senhor defende o aborto e a eutanásia, mas não a pena de morte. Não é uma contradição? Singer – Não. Tanto o aborto quanto a eutanásia não provocam sofrimento. Ao contrário. São práticas que aliviam o sofrimento. Considero o feto uma vida humana, mas não uma vida que tenha sensações e sentimentos, pelo menos na fase de gestação em que ocorre a maioria dos abortos. A eutanásia é a alternativa moral para aliviar o sofrimento de doentes terminais. Minha posição é contra a interrupção da vida de um ser, seja humano, seja animal, que deseja continuar a viver e sofrerá com a morte inesperada.
Veja – Em seu último livro, o senhor volta ao tema dos direitos dos animais. Não é contraditório justificar o aborto e a eutanásia mas defender a vida dos bichos? Singer – Sempre fui mal interpretado nesse aspecto. Em nenhum momento disse que não devemos comer carne porque é errado matar animais. O alvo de minhas críticas é a maneira antiética como os animais são criados e abatidos para consumo.
Veja – O senhor argumenta que é preciso pensar na comida de forma ética. O que significa isso? Singer – As pessoas precisam parar de pensar na comida apenas como algo de que se gosta ou que faz bem à saúde. O ato de comer também é uma decisão ética e moral. É necessário pensar nas conseqüências do comer, tanto para os animais que nos servem de alimento como para o meio ambiente ou para nós próprios. A forma como nos alimentamos hoje faz o animal sofrer, provoca uma epidemia de obesidade no mundo e é causa de uma série de doenças nos seres humanos. Isso tem impacto profundo no planeta e no meio ambiente.
Veja – O que há de errado na criação dos animais destinados à alimentação humana? Singer – Os animais são criados nas fazendas industriais sem a mínima dignidade. Os porcos, que instintivamente procuram abrigo para alimentar seus filhotes, não podem sequer se mexer, porque vivem num espaço mínimo. Os filhotes são arrancados da mãe o mais rápido possível, para que possam engordar e procriar. O gado não come capim, como todo mundo pensa, mas restos de animais e seus excrementos. Os frangos criados em granja vivem em galpões que abrigam até 20.000 aves que nunca vêem a luz do dia, só a luz artificial. São abarrotadas de antibióticos e hormônios para ganhar peso. Quem não se interessa pelos bichos deve pelo menos pensar em si próprio. A doença da vaca louca é um exemplo do resultado dessa forma de criação estapafúrdia. Além disso, o confinamento de bilhões de animais, alimentados de forma excessiva para o abate, exige uma quantidade incomensurável de plantações. Em alguns anos não haverá mais terra para plantio no planeta. Isso sem falar que a China e a Índia, com suas enormes populações, começaram a reproduzir métodos ocidentais de criação de animais. Se esse processo continuar, aumentarão os danos ao ambiente, a incidência de doenças cardíacas e os casos de câncer do sistema digestivo. São bons motivos para avaliar a comida moralmente.
Veja – O que o senhor propõe para mudar essa situação? Singer – Eu sou vegetariano, mas não acredito que parar de comer carne seja a solução para o mundo. Há maneiras mais dignas de criar os animais, respeitando sua natureza e o meio ambiente. Pode parecer contraditório, mas são os próprios produtores de alimentos que vão imprimir essas mudanças. Na primeira etapa do processo, o consumidor precisa ser educado. Esse é um dos objetivos do meu novo livro. As pessoas têm de conhecer a realidade das fazendas industriais e saber que suas escolhas têm muito peso para modificar a atitude dos empresários do ramo em relação aos animais. O mercado só produz o que o consumidor quer. O consumo de vitela, por exemplo, caiu drasticamente quando se tornou público que os bezerros são separados da mãe e transformados propositalmente em animais anêmicos, confinados em espaços minúsculos, para que sua carne fique macia e branca.
Veja – Os produtores de alimentos estão dispostos a mudar seus métodos de criação de animais de maneira drástica? Singer – Eles não têm muita saída. No mês passado, o maior produtor de porcos dos Estados Unidos, a Smithfield Farms, anunciou uma reestruturação nos criadouros de seus animais, hoje confinados em pequenos espaços. A empresa tem 187 fazendas de porcos nos Estados Unidos e prevê que só em dez anos as mudanças serão implementadas em todas elas. Mas a simples divulgação da medida já desencadeou uma série de outras ações, inclusive de empresas menores, que conseguirão resultados mais rapidamente. Poucos dias depois de a empresa americana anunciar isso, a maior produtora canadense de porcos decidiu fazer o mesmo.
Veja – A ação dessa empresa decorre da conscientização do consumidor? Singer – Sem dúvida. É uma reação em cadeia. A empresa americana só promoveu mudanças em sua criação de porcos porque sofreu pressão de um de seus maiores clientes, o McDonald's. E isso só aconteceu porque os clientes do McDonald's mostraram indignação com a forma como os porcos são criados. O mesmo está ocorrendo em relação ao aquecimento global. A preocupação das pessoas com o futuro do planeta é cada vez maior, o que tem pressionado as empresas a mudar suas atitudes e seus métodos de produção, criando alternativas para evitar a emissão de dióxido de carbono.
Veja – A humanidade sempre manteve laços afetivos com alguns animais. Por que oferecemos tanto amor aos bichos de estimação e às espécies em extinção enquanto negligenciamos as que nos alimentam? Singer – Sempre fomos muito seletivos em relação aos animais com os quais queremos nos relacionar. Temos uma ligação mais profunda com bichos nos quais reconhecemos emoções e sentimentos, em particular com os cachorros, por causa do amor incondicional que eles nos oferecem. Respondemos bem a isso. As espécies em extinção, por sua vez, representam as mudanças que o planeta sofreu por causa da interferência humana. A extinção, por ser irreversível, é uma representação da perda, um processo que nos toca fundo. O mesmo não acontece com os animais que nos servem de alimento. O ser humano não tem empatia com eles nem quer mudar os próprios hábitos alimentares. É mais fácil não pensar sobre isso.
Veja – Em seu livro, escrevendo sobre a obesidade, o senhor sugere uma reflexão sobre o conceito da gula. Por que a sugestão? Singer – Comemos demais e desnecessariamente. As religiões, de certa forma, sempre exerceram um controle sobre o que os fiéis comem. Uma leitura moral da história da alimentação revela que, de todas as religiões, a que menos conteve os excessos alimentares foi o cristianismo. Não se encontra na cultura cristã a série de restrições alimentares presente no islamismo, no judaísmo e até mesmo na tradição hinduísta. Nessas três culturas, há diversas advertências sobre o que se deve ou não comer. O que existe na tradição cristã é o pecado pelo excesso de comida, a gula, que foi esquecido ao longo dos séculos pelos cristãos. Esqueceram-se da gula e preocuparam-se com outros pecados, principalmente os de natureza sexual. O maior exemplo disso são os Estados Unidos. É um país cristão por natureza e, mesmo assim, a nação com a maior população obesa do mundo. Precisamos pensar sobre isso. Afinal, uma pessoa que come o dobro ou mais de carne do que precisa, carne proveniente de animais criados para consumo, não faz mal apenas a si mesma. Esse hábito tem impacto no planeta e, do ponto de vista moral, também é duplamente ruim.
Veja – O senhor é a favor dos alimentos geneticamente modificados, os transgênicos? Singer – Do ponto de vista moral, não vejo mal algum nos transgênicos. Ainda mais imperioso do que combater a obesidade é acabar com a fome no mundo, e esses alimentos podem ser uma das soluções para o problema. Além disso, as plantações de transgênicos não precisam de pesticidas, o que ajuda a preservar o meio ambiente, ao contrário do que ocorre nas fazendas convencionais.
Veja – O que diria a quem deseja ser ético em relação à alimentação diária?Singer – O que defendo no livro, e faço questão de deixar bem claro, é que não precisamos ser vegetarianos para ser éticos. Da mesma forma que não precisamos parar de usar o carro para ajudar a combater o aquecimento global – podemos mudar o tipo de energia usada para o carro funcionar. Na questão alimentar, é possível, por exemplo, evitar a carne de animais criados de forma tradicional. Uma boa opção é escolher os produtos animais provenientes das chamadas fazendas orgânicas. Já é uma tremenda mudança.
Veja – E que conselhos daria a quem quer ser ético no dia-a-dia? Singer – Comece pelo mais simples. Cumprimente as pessoas, diga bom-dia, seja educado com quem convive.


Fonte: Revista Veja 21 de Fevereiro - Páginas amarelas

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Fartura de sal

Encontrei essa matéia no Yahoo e pra dar uma esquentada nesse blog, vou posta-la.
Vale a pena perceber como ingerimos com facilidade e sem perceber uma quantidade excedente de sal (nesse caso).

Olhe como não estão nem ai pra saúde do consumidor e só preocupados em vender mais.



Reduzir a quantidade de sal no pão de forma salvaria vidas, segundo estudo


Londres, 28 fev (EFE).- Reduzir a quantidade de sal no pão
de forma
contribuiria para salvar muitas vidas, segundo revelou hoje um
estudo médico
publicado no Reino Unido.

O relatório, baseado na
pesquisa de mais
de cem tipos de pão do país,
assinala que comer mais de
nove rabanadas de
marcas que contêm níveis elevados
de sal é suficiente
para ultrapassar a
quantidade máxima diária recomendada
pelos médicos.
Segundo a Agência de
Controle Alimentício britânica (FSA), o
nível
médio de sal que o pão de
forma contém é de 1,1 grama por cada 100
gramas.
No entanto, a
quantidade é ultrapassada por 50 dos 138 tipos
de pão
examinados. O estudo
foi elaborado pela associação de médicos
especializados
nessa matéria.

O professor de medicina
cardiovascular, Graham McGregor, destacou que o
pão
é "a maior fonte de
sal na dieta britânica", pois representa entre um
quarto e
um quinto do
consumo de sal diário.
Neste sentido, o doutor
acrescentou que o
ideal seria consumir pão de forma com um nível de sal
entre 0,6 grama e
0,8
grama por cada 100 gramas, já que, dessa maneira, se
poderia reduzir
a digestão
diária de sal em um grama.
Segundo o estudo,
esta redução
diária equivaleria
a salvar sete mil vidas por ano de pessoas
que sofrem
no Reino Unido ataques do
coração, provocados pelo aumento na
pressão
arterial causada pelo excesso de
sal. EFE

fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/28022007/40/entretenimento-reduzir-quantidade-sal-no-pao-forma-salvaria-vidas-segundo.html

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Todas as entrevistas do Dr. Alberto na Rádio Mundial


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Nesse Player Podomatic é possível ouvir o Dr. Alberto na Rádio Mundial.
São dois programas, sendo que um deles está dividido para não ficar muito extenso. A qualidade é aceitavel, pois foi extraido de uma fita K-7.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Dieta Pró-inflamatória X Anti-inflamatória

Dentro do conceito de escolhas inteligentes, podemos fazer opção por uma dieta pró-inflamatóriua ou anti-inflamatória

O conceito moderno de inflamação hoje em dia, na medicina , é muito diferente daquele aos quais estávamos acostumados. As escolhas por alimentos ricos em carboidratos refinados, que são consumidos em excesso atualmente, levam a uma espécie de acidificação do organismo que é à base da inflamação e do envelhecimento das células, gerando doenças como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, isquemia cerebral, doenças da tiróide, ovários policísticos. Tudo acontece dentro de um ambiente silencioso, silêncio que sabota nossa saúde, pois vamos estragando o funcionamento do nosso organismo, mas não estamos tecnicamente doentes.

A nossa única forma de nos defender é nos informar e consumir conscientemente, optando pelos alimentos mais saudáveis e consumindo os menos saudáveis com menos freqüência; Cada individuo encontrando o seu ponto de equilíbrio, mas sempre buscando alimentar-se melhor e praticando uma vida mais saudável pro corpo, mente e espírito

O teor de alguns alimentos pode ser potencialmente inflamatório, ou em outras palavras, geradores de doenças nas suas diversas modalidades. E infelizmente, o poder público não vai vigiar isso para o consumidor comum, seja por ignorância, falta de vontade política ou até interesses econômicos. Seremos nós, os consumidores quem seremos os soldados nessa guerra em busca de alimentos benéficos para a nossa saúde e de quem vive ao nosso redor.

Há uma indagação em um livro: “Porque as zebras não têm gastrite ? “ , de forma leve e irônica , o autor mostra que em torno de 10% das doenças, a causa é genética, 10 % apenas, os outros 10% são de origem ambiental e os 80% restantes são distúrbios contraídos do modo de vida errôneo; O erro na escolha alimentar talvez seja o principal deles.

O excesso de açucares e massas refinadas nas dietas atuais é preocupante, pois nosso organismo é capaz de digerir e se adaptar à esses maus alimentos. É certo que nosso organismo é adaptável, mas a maioria da população está consumindo alimentos nocivos sem saber.

Uma boa dica que podemos passar para nossos leitores é substituir alimentos com açucares refinados ou adoçantes (aspartame, ciclamato ) e optar por açúcar demerara, mascavo e o Stevia, além de buscar massas integrais ao invés de refinadas e reduzir a quantidade de carne vermelha, optando por peixes, ovos e carne de soja.

Em breve falaremos mais sobre alimentos ácidos e inflamatórios.